Lançado em 1999 para o PlayStation original, Xena: Warrior Princess foi uma tentativa ambiciosa de capturar a essência da famosa série de TV, estrelada por Lucy Lawless.

A série em si era um fenômeno, com sua mistura de mitologia grega, ação exagerada e uma protagonista feminina poderosa.

Com isso em mente, o jogo tinha bastante responsabilidade nas mãos: não só agradar aos fãs da série, mas também se destacar no competitivo cenário dos jogos de ação dos anos 90.

Então, a pergunta que fica é: Xena no PlayStation faz jus à sua lenda ou é apenas mais um game licenciado genérico?

Aventura Épica, Mas Simples

A história do jogo é direta e segue o básico da série: Xena deve resgatar sua amiga Gabrielle, que foi sequestrada pelo vilão principal.

Ao longo da aventura, ela enfrenta deuses, guerreiros e criaturas míticas. Não há grandes reviravoltas, mas a simplicidade do enredo funciona a favor do jogo, já que o foco está claramente na ação.

Isso pode ser um ponto positivo ou negativo, dependendo do que você espera de um game da Xena.

Se você era fã da série, vai reconhecer muitos dos rostos familiares e se sentir em casa no mundo mitológico de Xena.

A apresentação da história se dá por cutscenes animadas, que na época eram impressionantes, mas hoje envelheceram mal.

Ainda assim, a narrativa faz o seu trabalho ao fornecer uma razão para Xena atravessar várias locações enfrentando inimigos.

Quem busca algo mais profundo em termos de enredo pode sair um pouco desapontado, mas para um jogo de ação focado na adrenalina, ele cumpre seu papel.

Fiel à Série, Mas Faltou Mais

Claro, o destaque é Xena. Ela é representada como uma heroína forte, implacável e habilidosa, como se espera da Princesa Guerreira.

A dublagem da personagem no jogo é feita pela própria Lucy Lawless, o que dá um toque de autenticidade ao jogo e aumenta o fator nostalgia para os fãs da série.

Ouvir Xena gritar seu icônico “grito de guerra” enquanto derruba inimigos traz uma satisfação única.

Gabrielle também aparece, mas sua participação é limitada, servindo principalmente como o “motivo” da aventura.

Outros personagens como Callisto e Ares também dão as caras, mas suas aparições são breves e pouco impactantes.

No geral, o jogo foca muito em Xena como a única personagem jogável e ativa, o que funciona, mas acaba deixando o mundo ao seu redor um pouco raso em termos de interação com outros personagens.

Está curtindo esse post? Conheça todo o meu projeto clicando aqui!

Ação Simples, Mas Divertida

Se você espera um combate complexo e profundo como os jogos modernos de ação, Xena: Warrior Princess pode parecer simples demais.

No entanto, a simplicidade também é parte do charme.

O jogo é basicamente um beat ‘em up em 3D, onde Xena enfrenta hordas de inimigos com seus punhos, chutes e, claro, sua icônica arma de arremesso, o chakram.

O chakram é, sem dúvida, o ponto alto das mecânicas.

Ele pode ser arremessado para atingir múltiplos inimigos ou acertar alvos de quebra-cabeças à distância, o que dá uma dinâmica interessante ao combate.

Existe até um modo em que você pode guiar o chakram manualmente, permitindo que o jogador faça manobras criativas para derrubar inimigos escondidos ou acertar itens distantes.

Além disso, Xena possui uma variedade de movimentos corpo a corpo. Ela pode desferir golpes rápidos, golpes mais fortes e realizar uma série de combos.

No entanto, essas combinações não são tão fluidas quanto se poderia desejar. A movimentação de Xena às vezes parece rígida, o que pode prejudicar a imersão em momentos mais intensos de combate.

O design das fases também segue o padrão dos jogos de ação da época, com muitas áreas lineares cheias de inimigos.

Há também uma boa dose de plataformas, e aqui é onde as coisas começam a desandar.

A física e a movimentação de Xena não são exatamente ideais para as seções de pulo, o que pode frustrar o jogador em certos momentos.

Saltar de plataforma em plataforma pode ser uma tarefa mais difícil do que deveria, simplesmente porque os controles não são tão precisos quanto necessário.

Uma Viagem no Tempo

Visualmente, Xena: Warrior Princess foi decente para sua época.

Claro, hoje os gráficos poligonais parecem datados, com personagens de aparência quadrada e texturas simples, mas para um jogo de 1999, ele era visualmente aceitável.

Xena se parece com sua versão na TV, e a ambientação é claramente inspirada pela série, com vilarejos gregos, florestas densas e templos místicos.

Os efeitos visuais durante o combate são básicos, mas satisfatórios.

O brilho metálico do chakram enquanto ele corta o ar ou o impacto de um golpe de espada são visíveis o suficiente para manter o jogador engajado.

Contudo, não espere muita variedade nas animações de combate ou nas expressões faciais dos personagens.

As fases em si são variadas o suficiente para manter o interesse: desde vilas em ruínas até templos antigos e cavernas escuras, o jogo tenta explorar uma boa diversidade de cenários.

O problema é que muitos desses ambientes são genéricos, e alguns parecem meio vazios, sem muitos detalhes ou interatividade.

Autenticidade é Tudo em Xena Warrior Princess

Um dos aspectos mais elogiáveis de Xena: Warrior Princess é seu som.

Além da já mencionada dublagem de Lucy Lawless, o jogo também conta com efeitos sonoros que são praticamente cópias dos que ouvimos na série.

O grito de guerra de Xena, o som do chakram ricocheteando e os efeitos dos golpes são icônicos e imediatamente reconhecíveis.

A trilha sonora é inspirada na série e mistura sons épicos com elementos mais sombrios, criando uma boa atmosfera para as batalhas e exploração.

Claro, a música não é tão memorável a ponto de grudar na sua cabeça depois de desligar o console, mas faz um bom trabalho em reforçar o clima de aventura.

Curiosidades sobre Xena Warrior Princess

• O jogo traz muitos easter eggs para os fãs da série. Em certas fases, você pode encontrar referências diretas a episódios específicos de Xena: Warrior Princess, incluindo artefatos míticos e inimigos que apareceram na série.
• Apesar de ser um jogo de ação, há alguns puzzles simples espalhados pelas fases. Não são particularmente difíceis, mas adicionam uma camada extra de jogabilidade.
• O chakram de Xena é uma das armas mais divertidas de usar em qualquer jogo de ação dos anos 90. A sensação de arremessar e controlá-lo manualmente é uma das mecânicas que realmente se destacam.
• O jogo foi lançado logo após o auge da popularidade da série, então ele chegou no mercado enquanto a febre de Xena ainda estava alta. Isso ajudou a impulsionar suas vendas, apesar das críticas mistas.

Xena Warrior Princess Vale a Pena?

Em termos de jogabilidade e design, Xena: Warrior Princess para PlayStation não se destaca tanto quanto outros títulos de ação da época, como Tomb Raider ou Legacy of Kain.

No entanto, como um jogo licenciado, ele faz um trabalho razoável em capturar a essência da série de TV e traz alguns momentos divertidos, especialmente para os fãs da Xena.

Para quem não cresceu assistindo à série, o jogo pode parecer datado e simples demais.

Mas se você for um fã da Princesa Guerreira e quiser reviver algumas das emoções da série, arremessar o chakram em um grupo de inimigos enquanto ouve o icônico grito de Xena ainda pode ser bastante divertido.

O jogo é, acima de tudo, um produto de sua época: não tão polido quanto poderia ser, mas cheio de charme nostálgico.

Em resumo, Xena: Warrior Princess é um jogo que não vai revolucionar o gênero de ação, mas que consegue entregar momentos de pura diversão, especialmente para os fãs da série.

Se você está procurando algo mais profundo ou com mecânicas complexas, talvez seja melhor procurar outro título.

Mas se você só quer reviver uma das maiores heroínas dos anos 90 e cortar alguns inimigos com o chakram, este jogo pode ser exatamente o que você precisa.