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Wild Arms – A Odisseia no Velho Oeste da Fantasia

Wild Arms capa

Wild Arms é um daqueles jogos que, se você cresceu com um PlayStation, provavelmente está gravado em sua memória de infância como uma joia rara.

Lançado em 1996 no Japão e em 1997 no ocidente, este RPG de ação e aventura foi um dos primeiros grandes sucessos do gênero para o console da Sony.

Ele oferece um mundo vasto, mecânicas inovadoras para a época e um enredo envolvente que consegue equilibrar temas clássicos de fantasia com uma estética inspirada no Velho Oeste, algo incomum em RPGs daquela era.

Vamos dar uma olhada mais de perto no que faz Wild Arms ser um clássico cult entre os fãs do gênero.

O Oeste encontra a Fantasia

O enredo de Wild Arms começa de forma relativamente simples, mas rapidamente se aprofunda em um drama épico sobre destino, sacrifício e heroísmo.

A história gira em torno de três personagens principais: Rudy Roughknight, Jack Van Burace e Cecilia Adlehyde.

Cada um deles tem uma história de fundo única e motivações próprias, mas todos acabam sendo unidos por um objetivo maior: salvar o mundo de Filgaia da ameaça dos Demons, uma raça alienígena que quer reviver sua civilização através da destruição do planeta.

Rudy é um personagem mudo (algo que era bem comum em RPGs da época), mas carrega um mistério profundo sobre sua verdadeira natureza.

Ele é um “ARM Slinger”, alguém que consegue usar armas antigas chamadas ARMs, que são tecnologia avançada perdida para a maioria da população.

Jack, por outro lado, é um caçador de tesouros, com seu inseparável parceiro, um rato chamado Hanpan, e busca resolver um mistério do passado.

Cecilia, uma princesa, é treinada em magia e tem o destino do mundo nas mãos desde que nasceu.

À medida que o enredo avança, você descobre que as histórias pessoais deles estão interligadas de maneiras surpreendentes.

O grande trunfo do enredo de Wild Arms é como ele equilibra o clichê do “salvar o mundo” com uma atmosfera de Velho Oeste cheia de saloons, cidades desertas e desolação.

A mistura de fantasia e tecnologia antiga com esse cenário árido faz o mundo parecer tanto vasto quanto familiar, algo que ajuda o jogador a se imergir na narrativa.

Mais Profundidade do Que Se Espera

Embora o grupo principal seja composto por apenas três personagens, cada um é bem desenvolvido.

Rudy, apesar de mudo, é fascinante devido ao seu segredo e a forma como outros personagens o veem.

Jack é o mais carismático, sempre em busca de aventura e tesouros, mas também carrega um peso emocional que se revela ao longo da história.

Cecilia, por ser uma princesa, enfrenta pressões sociais e expectativas, mas é retratada como uma mulher forte e independente, o que era refrescante para a época.

Os vilões, principalmente os Demons, não ficam para trás em termos de caracterização. Eles têm personalidades distintas, e a ameaça deles nunca parece rasa ou sem propósito.

Seus planos estão profundamente enraizados no passado de Filgaia, o que torna a história ainda mais rica.

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Quebra-cabeças e Combate Tático

Uma das maiores inovações de Wild Arms é o sistema de combate e os quebra-cabeças presentes em seus calabouços.

O jogo alterna entre um mundo em 2D e cenas de combate em 3D, algo que foi uma grande sacada na época.

A estética 2D dá ao jogo um charme nostálgico, enquanto o combate 3D mostra o poder do PlayStation, tornando as batalhas mais dinâmicas e emocionantes.

O sistema de combate é por turnos, mas o que o diferencia de outros RPGs é o uso de habilidades específicas para cada personagem, como as ARMs de Rudy, que precisam ser gerenciadas com munição limitada, ou a magia de Cecilia, que pode ser personalizada ao longo do jogo.

Jack, além de ser um lutador físico, também possui habilidades únicas para resolver quebra-cabeças e enfrentar inimigos.

Os calabouços são cheios de quebra-cabeças, alguns bastante desafiadores, e exigem que você utilize as habilidades de todos os personagens para avançar.

Isso quebra o ritmo do combate constante e oferece uma mudança de ritmo bem-vinda, tornando Wild Arms mais do que apenas um RPG focado em batalhas.

A Magia do 2D ao 3D em Wild Arms

Graficamente, Wild Arms é um produto de sua época, mas isso não é uma crítica negativa.

O estilo gráfico 2D no mapa do mundo e nas cidades é charmoso e colorido, com um design de sprites que ainda mantém uma certa beleza atemporal.

O uso de 3D durante as batalhas era uma novidade que fazia os jogadores sentirem que estavam jogando algo tecnologicamente avançado.

Apesar de os gráficos de batalha serem um pouco datados comparados a outros jogos lançados posteriormente para o PlayStation, a estética geral de Wild Arms tem uma sensação única que é difícil de esquecer.

A transição entre os estilos 2D e 3D adiciona uma camada de imersão, e o design dos monstros e vilões é especialmente memorável.

Uma Trilha Sonora Para Todas as Eras

Se existe um aspecto de Wild Arms que resiste ao teste do tempo, é sua trilha sonora.

Composta por Michiko Naruke, a música de Wild Arms é uma mistura de temas inspirados no Velho Oeste, misturados com melodias épicas e mágicas que complementam o mundo de Filgaia.

O tema de abertura, com seu uso de gaita, é icônico e é capaz de evocar uma sensação de nostalgia quase instantânea em quem jogou o jogo na época de seu lançamento.

Cada calabouço e cidade tem seu próprio tema musical, o que contribui para a construção de atmosfera e faz o jogador se sentir realmente imerso naquele mundo.

A trilha sonora de Wild Arms é tão bem recebida que até hoje continua a ser lembrada e celebrada por fãs da série e amantes de trilhas sonoras de jogos.

Fatos Divertidos de Wild Arms

Algo interessante sobre Wild Arms é que ele foi lançado na mesma época que Final Fantasy VII, e embora não tenha tido o mesmo impacto, ele manteve uma base de fãs leal e teve várias sequências.

O jogo também é frequentemente considerado um dos melhores exemplos de RPGs que misturam fantasia e ficção científica de maneira inteligente, algo que outros jogos só começaram a explorar mais tarde.

Uma curiosidade sobre o desenvolvimento do jogo é que Michiko Naruke, a compositora, foi uma das primeiras mulheres a compor trilhas sonoras para RPGs japoneses, e ela trouxe uma sensibilidade única para o jogo com sua música.

Wild Arms e sua Jornada Imperdível

Wild Arms pode não ser o RPG mais famoso do PlayStation, mas certamente é um dos mais únicos.

Sua combinação de enredo envolvente, personagens carismáticos, mecânicas inteligentes e uma trilha sonora inesquecível faz dele um clássico que merece ser revisitado.

Para qualquer fã de RPGs que deseja uma experiência que vai além do habitual “fantasia medieval”, este jogo é uma excelente escolha.

Se você é um fã de desafios táticos, ama resolver quebra-cabeças e está procurando um enredo que realmente aprofunde a história e as motivações de seus personagens, Wild Arms é o jogo para você.

Ele pode ter sido ofuscado por outros títulos mais populares na época, mas não deixe que isso o impeça de mergulhar nesta jornada épica.

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